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SIMDE, FIESP e FIRJAN recebem Presidente da ALADA em Reunião Plenária Conjunta

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Na segunda-feira, 6 de outubro, o Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (SIMDE), o Departamento de Defesa e Segurança (DESEG) da FIESP e o Conselho Empresarial de Defesa e Segurança Pública da FIRJAN realizaram, de forma híbrida, a Reunião Plenária Conjunta com a participação do Tenente-Brigadeiro do Ar R1 Sergio Roberto de Almeida, Presidente da Empresa de Projetos Aeroespaciais Brasil S.A. (ALADA). O encontro ocorreu na sede da FIESP, em São Paulo, e reuniu autoridades civis e militares, especialistas do setor e representantes da indústria de defesa e aeroespacial.

 

Na abertura do evento, Carlos Erane de Aguiar, 1º Vice-Presidente da FIRJAN, Diretor-Titular do DESEG da FIESP e representante do SIMDE junto às federações, deu boas-vindas aos participantes e ressaltou a importância do encontro como espaço de integração entre a indústria, o governo e as Forças Armadas. Ele destacou o protagonismo histórico da Força Aérea Brasileira no desenvolvimento científico e tecnológico do país, lembrando que sua atuação foi determinante para o avanço em áreas estratégicas como aviação, satélites e sistemas de defesa. Segundo ele, a criação da ALADA simboliza a continuidade dessa vocação nacional, ao promover a união entre inovação, soberania e desenvolvimento industrial.

 

Carlos Erane apontou que o surgimento da ALADA ocorre em um momento de intensa transformação do cenário espacial mundial, marcado pela expansão da chamada “economia do espaço”, que deve movimentar mais de US$ 1,8 trilhão até 2035. Ele ressaltou que o Brasil, com o Centro de Lançamento de Alcântara e sua posição geográfica privilegiada, possui vantagens únicas para se tornar protagonista nesse setor. Contudo, alertou que a crescente militarização e disputa geopolítica pelo domínio espacial impõem ao país o desafio de proteger sua infraestrutura crítica e de garantir soberania tecnológica. Por fim, enfatizou que a parceria entre o DESEG, o SIMDE e a Força Aérea, especialmente por meio do Comitê Aeroespacial "Marechal-do-Ar Casimiro Montenegro  Filho", do SIMDE, será essencial para transformar essas oportunidades em resultados concretos, fortalecendo a Base Industrial de Defesa e ampliando a inserção internacional da indústria brasileira.

 

Na sequência, o Tenente-Brigadeiro do Ar Sergio Roberto de Almeida apresentou a trajetória de criação da ALADA, ressaltando que a empresa surgiu de um anseio da Força Aérea Brasileira, iniciado ainda em 2012, voltado a aprimorar o gerenciamento de projetos nas áreas espacial e aeroespacial. Ele explicou que a concepção da ALADA aproveitou o contexto da aprovação da Lei Geral do Espaço, que abriu a possibilidade de exploração econômica de atividades espaciais, viabilizando a criação de uma subsidiária da NAV Brasil.

 

O comandante destacou o caráter inédito do processo, conduzido em tempo recorde: o projeto foi encaminhado pelo Comando da Aeronáutica ao Ministério da Defesa em setembro de 2023, aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo Presidente da República em janeiro de 2025. Em apenas sete meses, a empresa foi formalmente criada e ativada, um feito incomum para o setor público. Almeida sublinhou que a ALADA representa um projeto de Estado, não de governo, aprovado com amplo apoio político por sua relevância estratégica para o desenvolvimento nacional.

 

O Tenente-Brigadeiro detalhou ainda a estrutura inicial da organização, formada majoritariamente por militares da ativa e da reserva, devido à inexistência de orçamento próprio na fase de implantação. Ele explicou que essa composição será gradualmente substituída por profissionais civis nos próximos anos, à medida que a empresa avance em sua estruturação e consolide seu quadro técnico. Durante a explanação, o presidente da ALADA apresentou o conceito operacional da empresa, criada para superar as limitações orçamentárias e legais que restringiam a atuação da Força Aérea em atividades de prestação de serviços tecnológicos. Ao atuar como intermediária entre instituições públicas e a iniciativa privada, a ALADA busca garantir maior flexibilidade, agilidade e eficiência na execução de contratos, permitindo o investimento direto na modernização da infraestrutura e no fortalecimento da Base Industrial de Defesa e Segurança.

 

Também foi apresentado os três eixos de atuação da empresa: serviços de lançamento espacial, gerenciamento de projetos aeroespaciais e exploração comercial de produtos e serviços. No primeiro, a ALADA pretende transformar os centros de lançamento de Alcântara (MA) e da Barreira do Inferno (RN) em portais comerciais para o espaço, oferecendo sua infraestrutura para operações de lançamento de satélites e foguetes de diferentes portes. O comandante destacou as vantagens geográficas do Brasil - especialmente a proximidade com o Equador e a estabilidade meteorológica - que tornam o país altamente competitivo no mercado global de lançamentos.

 

No segundo eixo, o de gerenciamento de projetos, a empresa busca atuar como “prime contractor”, coordenando programas estratégicos complexos, conectando clientes, parceiros e fornecedores em iniciativas de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica. A ALADA também pretende fortalecer a cooperação entre governo, indústria e academia, ampliando as oportunidades para o desenvolvimento de tecnologias de uso dual, aplicáveis tanto no campo civil quanto militar.

 

O terceiro eixo, voltado à exploração comercial, contempla a disponibilização de laboratórios e infraestruturas tecnológicas de alta complexidade pertencentes à Força Aérea e a outras instituições públicas, viabilizando sua utilização por empresas privadas mediante contratos estruturados. Entre os exemplos citados, o Tenente-Brigadeiro mencionou túneis de vento, câmaras de vibração, laboratórios de ensaios balísticos e de compatibilidade eletromagnética, que poderão ser aplicados em setores diversos - da indústria aeronáutica à automobilística e de construção civil. Ele informou que a sede definitiva da ALADA está em fase de reforma em Brasília, com previsão de inauguração no segundo semestre de 2026.

 

Encerrando sua apresentação, Almeida reforçou que a missão da ALADA é atuar como ponte entre o setor privado e a infraestrutura tecnológica da União, promovendo a integração e o aproveitamento eficiente dos recursos existentes. Ele definiu a empresa como uma facilitadora que busca fortalecer a indústria nacional, gerar empregos qualificados e impulsionar a inovação tecnológica com transparência, eficiência e impacto positivo para a sociedade. “Alada”, destacou, não é uma sigla, mas uma palavra que significa “aquela que tem asas” - simbolizando a vocação da empresa de elevar o Brasil a novos patamares no setor aeroespacial.

 

Durante o debate, o presidente do SIMDE, Frederico Aguiar, reafirmou o compromisso do sindicato em apoiar a consolidação da ALADA. Ele colocou o sindicato à disposição para divulgar o portfólio de serviços e produtos da empresa, de modo a ampliar o alcance de suas iniciativas junto à Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS). Frederico também questionou sobre a possibilidade de certificações voltadas à área civil e à homologação de drones - aeronaves de asa fixa e rotativa -, bem como sobre a viabilidade de a ALADA intermediar o transporte de materiais de defesa pela Força Aérea, facilitando o acesso das indústrias nacionais a esse tipo de serviço.

 

Mais adiante, o Presidente do SIMDE reforçou a importância do fortalecimento das ações governo a governo (Gov-to-Gov), observando que o Brasil ainda perde espaço no cenário internacional por falta de coordenação institucional adequada em exportações de produtos de defesa. Ele defendeu a ampliação do uso desse instrumento para promover vendas conjuntas a organismos multilaterais, como a ONU e a OTAN, e ressaltou que o SIMDE está pronto para cooperar com o Ministério da Defesa e outras entidades na estruturação de um modelo mais coeso e eficiente para a promoção das exportações nacionais.

 

O Brigadeiro Veterano Nilson Soilet Carminati, Vice-Presidente de Relações Institucionais do SIMDE, destacou a importância da ALADA como indutora de inovação tecnológica e integração da tríplice hélice - união entre governo, academia e setor produtivo. Ele também anunciou o apoio do SIMDE à Frente Parlamentar de Colaboração da Segurança Pública, Defesa e Desenvolvimento Nacional, lançada recentemente na Assembleia Legislativa de São Paulo.

 

De forma remota, o General Luís Antônio Duizit Brito, Diretor de Relações Institucionais do SIMDE, destacou que a ALADA representa a consolidação de um ecossistema que há tempos necessitava de maior articulação. Ele afirmou que a empresa trará agilidade e sinergia às ações de lançamento satelital, desenvolvimento de cidades inteligentes e integração de constelações orbitais, além de preencher lacunas históricas na gestão de operações espaciais e programas estratégicos nacionais. Duizit concluiu reiterando o apoio do SIMDE às iniciativas da ALADA e à continuidade do trabalho conjunto com as federações industriais e as Forças Armadas.

 

A plenária contou também com a presença de Christian Callas, 1º Vice-Presidente do SIMDE; Almirante Edesio Teixeira Lima Junior, Vice-Presidente Executivo do SIMDE; Oswaldo Lahoz Maia, Assessor da Diretoria Regional do SENAI-SP; Embaixador Nelson Antonio Tabajara de Oliveira, Chefe da Representação do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo; General de Exército R/1 Francisco Carlos Modesto, do Comando Militar do Sudeste; e outras lideranças civis e militares do setor.

 
 
 

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